Funcionários médicos dos hospitais Shifa e Al-Quds informaram que pelo menos 25 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas ao se aproximarem de um centro de distribuição de alimentos perto do antigo assentamento judaico de Netzarim, antes do amanhecer.

O Exército de Israel, que está em guerra com militantes do Hamas desde outubro de 2023, disse que suas forças dispararam tiros de advertência durante a noite contra um grupo de suspeitos que representavam uma ameaça às tropas na área do Corredor de Netzarim.

"Isso apesar dos avisos de que a área é uma zona de combate ativa. As Forças de Defesa de Israel estão cientes de relatos sobre pessoas feridas; os detalhes estão sendo analisados", afirmou o Exército.

Mais tarde, na quarta-feira, autoridades de saúde do Hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, disseram que pelo menos 17 pessoas foram mortas por disparos israelenses ao se aproximarem de outro ponto da GHF em Rafah.

A fundação afirmou não estar ciente dos incidentes desta quarta-feira, mas acrescentou que está trabalhando em estreita colaboração com as autoridades israelenses para garantir que rotas seguras sejam mantidas, e que é essencial que os palestinos sigam rigorosamente as instruções.

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"No fim das contas, a solução é mais ajuda humanitária, o que trará mais segurança e menos urgência para a população", afirmou a organização por e-mail em resposta a perguntas da Reuters.

"Atualmente, não há comida suficiente para alimentar todos os necessitados em Gaza. Nosso foco é alimentar o maior número possível de pessoas com segurança, dentro das limitações de um ambiente altamente volátil."

Em comunicado, a GHF informou que distribuiu 2,5 milhões de refeições nesta quarta-feira — a maior entrega em um único dia desde o início de suas operações —, elevando para mais de 16 milhões o número total de refeições fornecidas desde o fim de maio.

O ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirmou que, desde então, 163 palestinos foram mortos e mais de 1.000 ficaram feridos ao tentar obter caixas de alimentos.

As Nações Unidas condenaram as mortes e se recusaram a fornecer ajuda por meio da fundação, que utiliza empreiteiras privadas com apoio militar israelense — prática que, segundo a ONU, viola os padrões humanitários.

Em outras partes de Gaza, nesta quarta-feira, o ministério da Saúde informou que pelo menos outras 11 pessoas foram mortas por disparos e ataques israelenses em diferentes áreas do enclave costeiro.

A guerra começou há 20 meses, quando militantes liderados pelo Hamas sequestraram 251 pessoas e mataram 1.200 — a maioria civis — em 7 de outubro de 2023, no que foi o dia mais letal da história de Israel.

Desde então, a campanha militar israelense matou quase 55 mil palestinos — a maioria civis — de acordo com autoridades de saúde de Gaza, além de ter devastado grande parte do território densamente povoado, onde vivem mais de dois milhões de pessoas. A maior parte da população está deslocada e a desnutrição é generalizada.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse na terça-feira que houve "avanços significativos" nas negociações para garantir a libertação dos reféns restantes em Gaza, mas afirmou que ainda era "cedo demais" para alimentar esperanças de um acordo.

Duas fontes do Hamas disseram à Reuters que não têm conhecimento de nenhum avanço nas negociações.

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