Deputados de oposição, como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ), protagonizaram um bate-boca com o ministro e a reunião precisou ser encerrada por Correia.

"Ele foi modesto, porque o que eles fizeram foi molecagem mesmo. Eu não quis dizer isso na hora para não exacerbar, mas eles agiram como moleques. Xingaram o ministro e foram embora", afirmou o deputado em entrevista à CNN.

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Ele também disse que Nikolas era um menino de "muito atrevimento e pouca política".

"Esse Nikolas já está com cartão amarelo, em breve ele vai tomar o cartão vermelho. Ele mesmo disse que é um menino de 1,60. É 1,60 de muito atrevimento e pouca política", citou.

Mais cedo na reunião, Correia já tinha tentado intervir durante a discussão. Jordy chegou a dizer que o presidente estava "blindando" o ministro.

À CNN, Correia defendeu Haddad e afirmou que não iria deixá-lo ser destratado. O parlamentar comparou com o episódio de Marina Silva no Senado -- a ministra teve que deixar a reunião após discutir com o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que disse que ela não merecia respeito.

"Obviamente que eu não ia deixar o ministro ser destratado na comissão. Fazer o que fizeram com a ministra Marina no Senado aqui na comissão que eu presido de jeito nenhum. Como eles prefeririam continuar gritando, berrando e etc, eu preferi encerrar a reunião. Porque o principal a gente já tinha ouvido e debatido, que era a questão da taxação que está sendo discutida do andar de cima dos mais ricos do Brasil", finalizou.

Veja a discussão na Câmara:

Repercussão

Na audiência desta quinta-feira (11), Haddad foi convocado para prestar esclarecimentos sobre a política econômica do governo. Após a discussão, o ministro afirmou em entrevista coletiva que considerava "um desrespeito muito grande" o acontecido.

Logo depois, o deputado Nikolas Ferreira disse em entrevista à CNN, que a oposição vai trabalhar para transformar o convite a Haddad em uma convocação — instrumento que obriga o comparecimento à comissão.

Ele também disse que o ministro se esquivou do debate.

“Ele disse diversas mentiras que eu iria rebater. Mas, como hoje foi apenas um convite, agora vamos trabalhar para que ele seja convocado. E espero que, desta vez, não fuja do debate como fez hoje”, declarou o deputado.

Nas redes sociais, tanto o governo, quanto a oposição repercutiram o assunto. Por meio de nota, o deputado Zucco (PL-RS) afirmou que a ida do ministro ao parlamento não foi para prestar esclarecimentos sobre as últimas medidas econômicas do governo, mas sim para “tumultuar, agredir e criar cortina de fumaça para o fracasso de sua agenda fiscal”.

*Com informações de Victória Queiroz, Ester Cauany e Gabbriela Veras

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