De acordo com a publicação, ela representará o Brasil em uma nova era da exploração espacial, com viagens para estações espaciais privadas e futuras missões tripuladas à Lua e Marte. No entanto, desde o post na rede social, os vínculos de Laysa com as instituições mencionadas vem sendo contestados.
Em nota à CNN, a Nasa afirmou que Laysa "não é funcionária da Nasa, líder de pesquisas ou candidata a astronauta". A agência espacial ainda afirmou que "O Programa L'Space é um workshop para estudantes - não é um estágio da Nasa ou trabalho na agência. Seria inapropriado reivindicar a afiliação à Nasa como parte dessa oportunidade", de acordo com o comunicado.
Laysa alegava ter ingressado na Nasa aos 19 anos, onde ou a liderar uma equipe de pesquisa focada no desenvolvimento de tecnologias para exploração espacial, além de estar confirmada na turma de 2025 de treinamento especial.
Outro ponto inconsistente na trajetória acadêmica de Laysa está em sua alegação de ter cursado Física na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde disse também ter participado ativamente do Observatório Astronômico da instituição. De acordo com a assessoria de imprensa da UFMG, Laysa não se formou na instituição. "Laysa Peixoto Sena Lage não possui vínculo com a UFMG, tendo sido desligada do curso de Física por não matrícula no segundo período letivo de 2023. A estudante cursou 2021/1, 2021/2, 2022/1 e 2022/2. Teve um trancamento total em 2023/1, vindo a ser desligada por não matrícula em 2023/2", diz o comunicado.
Ela ainda afirma ter sido medalhista de prata na 23ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica em 2020 e conquistou a medalha de bronze na Competição Internacional de Astronomia e Astrofísica, ter ganhado, aos 18 anos, reconhecimento ao descobrir um novo asteroide durante uma campanha promovida pela Nasa em parceria com o programa International Astronomical Search Collaboration (IASC). O asteroide, inicialmente batizado de LPS0003, teria recebido esse nome em referência às iniciais de Laysa Peixoto Sena.
Em seu LinkedIn -- que foi excluído nesta quarta-feira (11) --, ela ainda afirma ter sido fellow em Física Teórica e Matemática da Sociedade Max Planck, ter feito curso de Engenharia em Machine Learning, Modelagem e Simulação no Centro de Ciência Computacional do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e ter um mestrado em Aplicações de Computadores pela Columbia University.
A CNN Brasil entrou em contato com Laysa Peixoto sobre todos esses pontos, mas até o momento não teve uma resposta.
Outro ponto confirmado pela Nasa à CNN é que a agência especial "também não é afiliada à missão espacial Titans". Não há menção à empresa entre as autorizações espaciais da FAA (sigla inglesa para a istração Federal de Aviação, dos Estados Unidos), o que impede que esse vôo seja efetivamente realizado até o momento.
A CNN Brasil também entrou em contato com a Titans Space, questionando sobre essas licenças e sobre a participação de Laysa em sua tripulação técnica da missão, e até o momento não obteve retorno.
*Com apuração de Fernanda Pinotti, da CNN